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sábado, 7 de julho de 2012

Música de Ouvido!



Parece que todo mundo que se mete a tocar violão tem um amigo ou conhecido que aprendeu a tocar violão de ouvido. Aí você vê o sujeito lá escutar a música pela primeira vez, catar o violão e… cinco minutos depois já está tocando aquela música. Diga a verdade… dá até raiva, é ou não é?
Mas ficar danado da vida por não conseguir fazer a mesma coisa, não adianta nada. O negócio é saber o porque das coisas. Porque alguns parecem ter um “dom especial”, enquanto outros parecem ter nascido pra sofrer? Veja bem… eu estou dizendo “parecem”. Não vá você aí pensar que não tem jeito e jogar o violão na lata de lixo. Pior ainda se for atrás dele…
Enfim, é possível para um simples mortal tocar violão de ouvido? Você e eu podemos simplesmente escutar um música e sair tocando todos os acordes direitinho, sem errar nada e sem consultar o site de cifras? Escutar uma música e identificar imediatamente a tonalidade?
A resposta é… talvez. Sinto muito, você pensou que eu ia dar o “caminho das pedras”, certo? Mas um talvez é melhor do que um não. Você pode não virar um virtuoso desses que tocam qualquer música em segundos, mas pode melhorar bastante o seu desempenho.
Mas já vou avisando: não é da noite para o dia. Você precisa dedicar-se, estudar. Uma das coisas que você não encontra aqui no blog é mágica. Nem milagre. Eu aprendi algumas coisas na vida. Mas tive que dedicar muito tempo a todas elas. Se você quer aprender como tocar violão de ouvido até o final desta semana, está lendo o artigo errado.
Existem algumas coisas que você pode fazer para – pelo menos – não depender totalmente de ler cifras. Vamos a elas:
  • Campo harmônico – Você precisa compreender quais acordes podem fazer parte de uma música. No artigo harmonia musical, há uma breve explicação sobre isso. Não é difícil de entender. Harmonia é uma coisa lógica, não aleatória. Se uma música está na tonalidade D (ré maior), não vai ter uma sequencia C, G e F. Consulte o artigo e outras publicações sobre campo harmônico.
  • Sequencias de acordes – Chamadas também de progressão de acordes. Sabendo que a música pode ter os acordes do campo harmônico, você precisa também conhecer as progressões de acordes mais usadas. Por exemplo: na tonalidade C (dó maior), temos o campo harmônico: C, Dm, Em, F, G, Am, Bdim. Mas a música provavelmente não vai ter todos estes acordes, nem tampouco neste exata sequencia. Há várias sequencias que podem aparecer, como: C, F, G – C, F, Dm, G – F, G, C – C, Am, F, G. Inscreva-se no boletim acordes   e receba apostila sobre sequencias grátis.
  • Escute música – Isso é óbvio. Mas você deve ter um método para escutar música. Escolha algumas músicas com sequencias de acordes simples, mas diferentes entre elas, segundo o campo harmônico. Por exemplo: Uma música com a sequencia C, F e G e outra com a sequencia C, G e F. Escute as músicas atentamente, prestando atenção na mudança de acordes. A sensação transmitida por uma sequencia é diferente da outra. A melodia “empurra” a harmonia para um determinado acorde. Faça isso com várias músicas. Compare, acompanhe ao violão.
  • Transporte – Faça transportes de tonalidade. Uma vez que tenha entendido o campo harmônico, fica fácil fazer transporte de tonalidade. Faça o transporte você mesmo, e repare como as sequencias de acordes permanecem intactas, segundo o campo harmônico. Pratique bastante isso, para acostumar-se a trabalhar com tonalidades diferentes.
  • Pratique – Escolha uma música fácil da qual não conhece os acordes e comece a praticar. Geralmente é difícil tentar sair tocando junto, portanto, faça o seguinte: aprenda a cantar a música (acompanhando a gravação, sem violão). Quando souber cantar a música sem esquecer a melodia, pegue o violão e tente identificar um acorde para começar o acompanhamento. Mesmo que não saia na tonalidade original, não há problema. Este primeiro acorde, na maioria dos casos, será a tonalidade da música. Ora, se esta é a tonalidade, basta seguir o campo harmônico e testar as sequencias. Por exemplo, você achou o acorde D (ré maior). Tente primeiro: D, G e A. Depois D, A, G. E assim por diante. Vá devagar, parte por parte da música. Tire primeiro o verso 1, só depois partindo para os demais.
  • Que acorde vem agora – Um lembrete. Às vezes você fica embatucado, sem saber qual acorde deveria vir numa parte da música. Pare, escute direito e pense. Pode ser que não venha nenhum, que você tenha que permanecer no acorde em que estava! Acredite, acontece muito. O ouvido tem a sensação de que há uma mudança, mas não há.
Estas são algumas coisas que você deve fazer para aprender como tocar violão de ouvido. Os quatro primeiros itens são essenciais. Sem estes, os outros não valem quase nada.
Lembre-se (novamente) que as coisas não acontecem da noite para o dia. Se você estudar isto pelo menos quinze minutos por dia, três dias por semana, garanto que em três meses não terá mais dúvidas sobre como tocar violão… de ouvido. Você não vai colocar o Djavan “no chinelo”, mas vai adquirir mais personalidade para tocar violão.

Mudando de Tonalidade!


O transporte de tonalidade no violão
Transportar tonalidades no violão não é bicho-de-sete-cabeças. Uma vez conhecendo-se as regras, é pão comido.
A primeira coisa a se fazer, é não pensar nos acordes individualmente. Os acordes fazem parte de uma sequencia. Você vai transportar a sequencia toda. Transportando o acorde que dá nome à tonalidade da música, basta “levar” os outros junto com este, na mesma quantidade de semitons.
Utilizando a escala cromática para transportar tonalidade
É fácil de compreender o transporte através da escala cromática. Suponhamos que uma música tenha a seguinte sequencia: D, Bm, G, A, D, G, Em, A7, sendo D a tonalidade. Queremos transportá-la para G(sol maior).
Devemos então localizar D na escala cromática e depois G. Contamos a mesma quantidade de semitons “andados” para frente ou para trás, para cada um dos outros acordes.
Escala cromática (meio em meio tom)
123456789101112
CC#DD#EFF#GG#AA#B
Em vermelho, D, a tonalidade original. Em verde, G, a nova tonalidade, que está 5 (cinco) semitons para frente (mais alto). O segundo acorde é Bm, que está na posição 12 nesta escala cromática. Como esta é a última nota da tabela, contamos cinco posições reiniciando, ou seja, a partir da posição 1 (um). Portanto o acorde Bm será Em. O terceiro acorde é G (oito). Cinco semitons adiante será igual a C (um). E assim por diante, contando sempre cinco semitons para a direita.
Lembre-se que tudo o que vem depois da cifra do acorde permanece. Exemplo: você achou E para transportar Bm. Basta adicionar “m” e você terá Em.
No braço do violão
Este mesmo procedimento é muito simples no braço do violão. As casas do braço seguem a escala cromática. Portanto, basta achar a nota original e “caminhar” as casas necessárias.
Continuando com o exemplo acima, D está na quinta corda, quinta casa. Cinco casas adiante, teremos G. B está na quinta corda, segunda casa. Cinco casas adiante = E.
Não se esqueça: tudo o que vem depois da cifra permanece ( m, 7 etc.).
A tabela abaixo ilustra melhor a mecânica da coisa. Mas não “vicie” em tabelas de transporte. Aprenda a transportar pela escala cromática e não se verá em apertos quando não houver uma tabela disponível.
Procure o exemplo acima nesta tabela. Na primeira coluna da esquerda, achamos a tonalidade D. O segundo acorde da sequencia é Bm. Seguindo à direita, achamos a nota B na sexta casa da tabela. Para transportar, Achamos a tonalidade G na primeira coluna e andamos para a direita, até a casa seis, onde encontraremos o nosso já muito falado E. Portanto o segundo acorde (de novo…) é Em.
Atenção: as escalas acima não são cromáticas e sim escalas de cada tonalidade.
Como você percebeu, não há nenhum mistério em transportar tonalidade. É pura matemática.
Transportando uma sequencia de acordes
Sequencias mais simples são bem fáceis de serem transportadas, partindo do princípio das posições dos acordes segundo a escala da tonalidade. Utilizando a mesma tabela acima, sabemos que o campo harmônico de cada tonalidade gera acordes conforme segue:
1234567
MaiorMenorMenorMaiorMaiorMenorDiminuto
Utilizando o mesmo exemplo dado anteriormente, repare que tudo bate novamente. O segundo acorde encontrado foi E, na sexta posição. Veja na tabela que a sexta posição precisa ser menor. Portanto (lá vamos nós…) = Em.
Finalizando, aqui está a nossa sequencia:
D, Bm, G, A, D, G, Em, A7
DEm?GA(A7)Bm ?
1234567
MaiorMenorMenorMaiorMaiorMenorDiminuto
Deduza você agora: Se tivéssemos mais dois acordes, na terceira e sétima posições, quais seriam? Ah, sim. Fica por sua conta fazer o restante do transporte… uma moleza, diga a verdade!

3 Acordes!


É claro que ninguém vai sair por aí se achando o “rei do violão” sabendo só três acordes. Mas serve para incentivo aos iniciantes e também como um quebra galho quando não se sabe uma determinada música.
Teoricamente, qualquer música que tenha três acordes pode ser tocada com estes acordes. Que aliás são A (lá maior), D (ré maior) e E (mi maior). Basta saber que a tonalidade aí no caso é A. No campo harmônico temos então A = 1, D = 4 e E = 5. Leia também o artigo sobre transporte de tonalidade
Suponhamos que você encontre uma música com os seguintes acordes: C, F e G. A tonalidade aí é C. Para tocar com os nossos três amiguinhos, basta saber que C = 1, F = 4 e G = 5. Vamos dar um exemplo:
Música – Soy latino americano (Zé Rodrix)
Original
C                   F         G        F
Não acordo muito cedo
C                     F          G        F
Mas não fico preocupado
Com os novos acordes
A                   D         E       D
Não acordo muito cedo
A                     D          E        D
Mas não fico preocupado
Fácil, certo? Lembre-se sempre da sequencia 1, 4, 5. E leve em conta que nem sempre os acordes vêm nesta ordem. Você pode encontrar algo assim, por exemplo: G, D e C. Que seria 1, 5 e 4. Aí substituiria por: A, E e D.
Como você gosta de tudo mastigado, vou dar mais uma dica. Veja abaixo a equivalência dos acordes em cada tonalidade:
1          4          5
C          F         G
C#        F#      G#
D          G         A
D#       G#      A#
Nem precisa continuar, não é verdade? Basta seguir a escala cromática e você chega lá. Tá legal… aqui vai a escala cromática:
C   C#  D  D#  E  F  F#  G  G#  A  A#  B 
Portanto, aí está a maneira de transportar qualquer música de três acordes (maiores) para nossos três acordes essenciais.

Estudando Violão em Casa!


Esteja você frequentando uma escola ou aprendendo por sua conta a tocar violão, você precisa estudar em casa. Não há dúvidas quanto a isso. Duas ou três aulas de meia hora por semana jamais serão suficientes.
Se você tem um professor, ele deve ter feito recomendações para você estudar violão em sua casa, treinar os ensinamentos recebidos. Porém, se está estudando por sua conta ou as recomendações de seu professor não sejam suficientes, aqui vão algumas dicas.
Estudar violão em casa com disciplina
Em primeiro lugar, você precisa de disciplina. Em sua casa, não há ninguém vigiando, dizendo-lhe o que fazer, quando ou quanto tempo estudar. Portanto, você é quem manda.
- Estabeleça um horário para estudar. De preferência todos os dias. É melhor estudar um pouco por dia do que muitas horas em um ou dois dias.
- Não coloque o carro na frente dos bois. Procure assimilar corretamente cada etapa, antes de partir para a próxima. Exemplo: querer tocar a primeira música sem saber tocar sequer um ritmo.
- Procure compreender o que está fazendo. Acredite, quando comecei a estudar violão (de maneira errada) fiquei muito tempo “tocando” sem sequer saber como eram formados os acordes! Não faça isso!
- Ao aprender sua primeira música, coloque a gravação original para rodar e procure acompanhar com o violão. Isto vai ajudá-lo a assimilar o ritmo, o tempo e as mudanças de acorde. Não cante junto no começo, somente toque o violão.
- Não queira aprender milhares de músicas de uma só vez. Isto não é estudar violão. Mais uma vez, tente compreender cada canção, cada acorde, porque os acordes estão naquela determinada sequencia, porque você dá quatro batidas em um acorde e só duas no outro (isto é apenas um exemplo), e por aí afora. Entendendo todas as nuances de uma música, você – com certeza – estará aprendendo muito mais que uma música.
Teoria e prática ao estudar violão
Tenha em mente que estudar violão não é como estudar História por exemplo. Para estudar História você precisa apenas ler, reter informação.
A coisa é bem diferente no estudo de violão. Você precisa reter informações e aplicá-las na prática. Ou seja, passar para o instrumento a teoria aprendida. Nenhuma novidade até aí, certo?
A coisa é assim: um montão de teoria e pouca prática = problema. Um montão de prática e nada de teoria = desastre. Ou seja, é necessário que haja um equilíbrio entre teoria e prática. Vou citar um exemplo: eu mesmo. Não sei tudo de violão, mas o que sei na prática, sei também na teoria.
Você aprende dois acordes novos, por exemplo. Está lá no seu caderno ou livro a formação destes acordes. Você pega o violão, treina os acordes e pronto, certo? Errado. Faltou verificar – no braço do violão onde se encontram as notas para a formação daquele acorde! Aí sim, você está no caminho certo. Isto é estudar violão!
Estudar violão pela internet dá certo?
Depende somente de você. Nem tudo que aparece na internet é correto. Como em outras áreas, há zilhões de informações. Algumas servem, outras não. Por isso, não acredite em tudo que vê. Apareceu uma informação nova, procure confirmá-la antes de tomá-la por certa.
Acredite, eu já vi de tudo por aí. Equívocos, informações incompletas, instruções erradas, êrros grosseiros e outros nem tanto. Curiosos dando uma de sabichões e assim vai.
Vou citar um exemplo. Creio que todo aquele que começa a estudar violão, visita os sites de cifras. Aliás, nem só os que começam. Eu mesmo visito sites de cifras. Pra quê bater em porta aberta, certo? Está tudo ali mesmo, ao alcance do mouse!
Entretanto, é preciso cuidado. Algumas vezes há êrros nas cifras. Isto é perfeitamente compreensível. A pessoa que enviou a cifra pode ter errado na hora de escrever. Ou pode estar equivocado quanto a um determinado acorde. Portanto, vá em busca da cifra, mas confira a correção dos acordes (por vezes pode até faltar algum) conforme a gravação da música.
Muito cuidado também é necessário com teoria. Já vi pencas de teorias confusas ou completamente erradas. Não creio que seja de má fé. A pessoa “aprendeu” daquele jeito e está passando adiante. Confirme sempre.
Aí foram portanto algumas dicas para se estudar violão em casa. Espero haver contribuido pelo menos um pouquinho para que você alcance seu objetivo.
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